A beleza estereotipada é feita pela exceção genética, queremos alcançar o modelo do manequim, mas não percebemos que aquilo é inalcançável, que não é nosso. Temos como belo as modelos com corpo fora do comum, mulheres altas, magérrimas, com quadris, nariz, busto e pescoço estritamente bem-torneados. Esse é o tipo de mulher bela que todos os homens querem ter e as mulheres querem ser.
Somente quatro por cento das mulheres do mundo se consideram bonitas, 72 por cento se sentem pressionadas a ser bonitas, segundo pesquisa feita pela Dove em 2011. Hoje, mais do que nunca, os padrões de beleza são cada vez mais "exigidos" na sociedade. Somos bombardeados por toda mídia com anúncios para sermos belos como os modelos fora do comum. Aqueles que têm baixa auto-estima não sabem como lidar com os bombardeamentos proporcionados pela mídia, isto é, a maioria.O interessante é que a mesma mídia que nos "obriga" a ser magros e esbeltos nos atenta a comer alimentos hipercalóricos e não saudáveis. Nas capas de revistas masculinas e femininas vemos a mesma mulher, em uma como a aspiração de um dia ter, em outra como a aspiração de um dia ser. Nessas mídias (imagens) ainda podemos perceber como são alteradas por meio de programas de edição, como photoshop, um grande amigo do esteriótipo aqui comentado. Alguns casos bizarros de manipulação da imagem para tornar o corpo mais belo são percebidos, como o caso da atriz Suzana Vieira na revista Quem. As revistas criam uma figura enganosa da mulher, propagando ideais de beleza feminina utópicas e inatingíveis.
Suzana Vieira da revista Quem em comparação com a Suzana Vieira da realidade
É difícil acreditar que um dia a mulher bonita e sexy era a mulher mais gorda, cheinha, que era sinal de que era bem alimentada, nobre, tinha boa saúde e era fértil. Esse conceito de beleza foi alterado até chegar no que é hoje. Atualmente existem séries de tratamentos cosméticos pra chegar na beleza estereotipada, na busca da aparência jovial, na busca pela fonte da juventude. Algumas mulheres trocam seu armário inteiro de 3 em 3 meses porque a moda diz que isto agora é inadequado, quando basta refletir um pouco para perceber como a "beleza" funciona, esta está incutida na própria pessoa, sem necessidade de alterações, sem essa reflexão as pessoas são capazes de abdicarem a si mesmas. A paranoia criada pela busca a beleza ideal trouxe problemas psicológicos e físicos como a anorexia e a bulimia, distúrbios alimentares que tem seu número de doentes equiparado ao número de mortos na Segunda Guerra Mundial, 5 milhões.
Percebe-se que com um simples apoio da mesma mídia que dita a beleza inalcançável feminina a mulher sente-se infinitamente melhor. A revista norte-americana Glamour colocou a imagem de uma mulher "normal", com todas as "imperfeições" de seu corpo, em uma matéria sobre o bem-estar consigo mesma e logo após a publicação a editora da revista recebeu e-mails de mulheres muito felizes por se identificarem com a mulher da imagem, pois era uma mulher bela, mas, acima disso, uma mulher como elas. Também séries de campanhas estão sendo feitas para combater esta beleza estereotipada com o apoio da internet, que abre caminhos para projetos interessantes que utilizam a fotografia e a arte para destruir o padrão de beleza. Uma fotógrafa estadunidense, através do Projeto Beleza Revelada (Beauty Revealed Project), diz "Meu corpo é um mapa do que se passou em minha vida", e convida mulheres para retratarem seus corpo logo após o parto. O projeto Batalha dos Corpos, lançado no Brasil pela estudante de Ciências Sociais Marina Macedo Rego, apresenta imagens de corpos femininos que destoam do padrão de beleza, convida para refletir sobre as pressões sofridas e sobre a angústia de ser tão diferente das capas de revista. Um outro projeto nacional chamado Pelos Pelos mostra a naturalidade dos pelos no corpo feminino.
Mulher que causou euforia nas leitoras da revista Glamour
A beleza não depende de roupas, formatos de rostos ou corpos, a beleza está em todo indivíduo, ela é universal.Não é através do que nos dizem que devemos compreender o que é belo, e sim pelo nosso próprio julgamento.
Fontes:




