Um projeto idealizado e realizado por estudantes do ensino médio, o blog Comentaristas surgiu durante conversas entre esses. Com o objetivo de trazer informações dos mais variados temas, desde notícias do cenário "pop" atual, até matérias completas de política e histórias. Como temos um grande número de autores, as opiniões podem e vão variar de autor para autor, podem até colidir, dando ao leitor, dois pontos de vista contrários para analisar.

sábado, 29 de março de 2014

Estereótipo da Beleza

17:52 Posted by Unknown No comments
     A beleza estereotipada é feita pela exceção genética, queremos alcançar o modelo do manequim, mas não percebemos que aquilo é inalcançável, que não é nosso. Temos como belo as modelos com corpo fora do comum, mulheres altas, magérrimas, com quadris, nariz, busto e pescoço estritamente bem-torneados. Esse é o tipo de mulher bela que todos os homens querem ter e as mulheres querem ser.
     Somente quatro por cento das mulheres do mundo se consideram bonitas, 72 por cento se sentem pressionadas a ser bonitas, segundo pesquisa feita pela Dove em 2011. Hoje, mais do que nunca, os padrões de beleza são cada vez mais "exigidos" na sociedade. Somos bombardeados por toda mídia com anúncios para sermos belos como os modelos fora do comum. Aqueles que têm baixa auto-estima não sabem como lidar com os bombardeamentos proporcionados pela mídia, isto é, a maioria.O interessante é que a mesma mídia que nos "obriga" a ser magros e esbeltos nos atenta a comer alimentos hipercalóricos e não saudáveis. Nas capas de revistas masculinas e femininas vemos a mesma mulher, em uma como a aspiração de um dia ter, em outra como a aspiração de um dia ser. Nessas mídias (imagens) ainda podemos perceber como são alteradas por meio de programas de edição, como photoshop, um grande amigo do esteriótipo aqui comentado. Alguns casos bizarros de manipulação da imagem para tornar o corpo mais belo são percebidos, como o caso da atriz Suzana Vieira na revista Quem. As revistas criam uma figura enganosa da mulher, propagando ideais de beleza feminina utópicas e inatingíveis.
     
                                       
                        Suzana Vieira da revista Quem em comparação com a Suzana Vieira da realidade
É difícil acreditar que um dia a mulher bonita e sexy era a mulher mais gorda, cheinha, que era sinal de que era bem alimentada, nobre, tinha boa saúde e era fértil. Esse conceito de beleza foi alterado até chegar no que é hoje. Atualmente existem séries de tratamentos cosméticos pra chegar na beleza estereotipada, na busca da aparência jovial, na busca pela fonte da juventude. Algumas mulheres trocam seu armário inteiro de 3 em 3 meses porque a moda diz que isto agora é inadequado, quando basta refletir um pouco para perceber como a "beleza" funciona, esta está incutida na própria pessoa, sem necessidade de alterações, sem essa reflexão as pessoas são capazes de abdicarem a si mesmas. A paranoia criada pela busca a beleza ideal trouxe problemas psicológicos e físicos como a anorexia e a bulimia, distúrbios alimentares que tem seu número de doentes equiparado ao número de mortos na Segunda Guerra Mundial, 5 milhões.
     Percebe-se que com um simples apoio da mesma mídia que dita a beleza inalcançável feminina a mulher sente-se infinitamente melhor. A revista norte-americana Glamour colocou a imagem de uma mulher "normal", com todas as "imperfeições" de seu corpo, em uma matéria sobre o bem-estar consigo mesma e logo após a publicação a editora da revista recebeu e-mails de mulheres muito felizes por se identificarem com a mulher da imagem, pois era uma mulher bela, mas, acima disso, uma mulher como elas. Também séries de campanhas estão sendo feitas para combater esta beleza estereotipada com o apoio da internet, que abre caminhos para projetos interessantes que utilizam  a fotografia e a arte para destruir o padrão de beleza. Uma fotógrafa estadunidense, através do Projeto Beleza Revelada (Beauty Revealed Project), diz "Meu corpo é um mapa do que se passou em minha vida", e convida mulheres para retratarem seus corpo logo após o parto. O projeto Batalha dos Corpos, lançado no Brasil pela estudante de Ciências Sociais Marina Macedo Rego, apresenta imagens de corpos femininos que destoam do padrão de beleza, convida para refletir sobre as pressões sofridas e sobre a angústia de ser tão diferente das capas de revista. Um outro projeto nacional chamado Pelos Pelos mostra a naturalidade dos pelos no corpo feminino.
                                           
                                              Mulher que causou euforia nas leitoras da revista Glamour
     A beleza não depende de roupas, formatos de rostos ou corpos, a beleza está em todo indivíduo, ela é universal.Não é através do que nos dizem que devemos compreender o que é belo, e sim pelo nosso próprio julgamento. 



Fontes:

sábado, 22 de março de 2014

Crise Na Ucrânia

17:25 Posted by Victor G. , , No comments
     Sempre que pessoas se reúnem em grupos, ocorrem discordâncias ou desentendimentos entre seus membros, é natural do ser humano querer ver sua opinião posta em prática. Em alguns casos, esses desentendimentos são resolvidos por conversas ou acordos, entretanto, muitas vezes estes levam a problemas ainda maiores, como a quebra do grupo, ou, em casos extremos, guerras. 


     Pode-se notar um exemplo desse tipo de situação na atual crise da Ucrânia. "Atual" até certo ponto. Para ao menos tentar compreender o que ocorre, é preciso voltar um pouco no tempo, pelo menos até as últimas décadas do século XX, à crise no leste europeu que marcou a decadência e fim da União Soviética.

     Março de 1985, Mikhail Gorbachev assume o poder da URSS, da qual a Ucrânia fazia parte, o líder comunista chamou atenção ao reduzir a censura, retirar tropas do Afeganistão após nove anos de intervenção soviética e libertar presos políticos. Com as chamadas glasnost, transparência com a sociedade, e perestroika, abertura de mercado, Gorbatchev acalmou ânimos alterados herdados da administração anterior. Contudo, falhou ao manter em funcionamento a nação comunista, e, em 1991, o parlamento soviético votou na dissolução da União. 


     Ucrânia, novembro de 2004, explodem denúncias de fraude maciça nas eleições presidenciais, tais fraudes favoreciam o então premier Viktor Yanukovich, com estas vindo à tona, deu-se início à onda de protestos que veio a ser conhecida como Revolução Laranja. Os protestos resultaram na repetição do segundo turno. Os candidatos de oposição, Viktor Yuschenko e Yulia Tymoshenko, se aliaram, com Yuschenko saindo como candidato e Tymoshenko como futura premier no caso de vitória. O resultado oficial teve Yanukovich como vencedor por 3 pontos percentuais, mesmo que as pesquisas de boca de urna resultassem com 11 pontos de vantagem para o oposicionista. A população, inconformada, foi às centenas de milhares às ruas, a nova onda de protestos apenas acabou com a realização de um novo pleito popular, no qual o oposicionista saiu vitorioso.

     Ucrânia,  fevereiro de 2010, Viktor Yanukovich é eleito presidente em eleições julgadas justas.

     No dia 21 de novembro de 2013, o parlamento ucraniano suspendeu as preparações para um acordo com a União Europeia. Segundo o governo, a medida foi tomada para proteger a "segurança nacional".

     O governo russo manteve pressão sobre a Ucrânia, para não assinar o contrato, o gigante do leste europeu tinha em mente a entrada do vizinho em seu próprio bloco econômico, o qual é visto, pela Rússia, como um protótipo de concorrente à União Europeia.

     Para o grande bloco econômico europeu, a medida foi um "desapontamento", como disse Catherine Ashton, chefe de políticas estrangeiras da União Europeia, ainda segundo ela, o bloco acredita que o futuro da Ucrânia se encontra em um forte relacionamento com a UE.

     Segundo o então presidente, Viktor Yanukovich, a Ucrânia ainda iria trabalhar no caminho para a integração com o bloco europeu.

     Ainda em novembro, o governo ucraniano afirmou não poder selar o acordo com a União Europeia por conta dos fortes laços com Moscou, os quais teria que romper para realizar o acordo com o bloco.

     Uma enorme onda de protestos se iniciou no país por conta da decisão. Em Kiev, a capital, os policiais estimaram cerca 50.000 pessoas, mas segundo repórteres da BBC presentes no local, 100.000 manifestantes era uma melhor estimativa.

     Nos protestos, as pessoas levavam consigo, além de suas famílias, com idosos e crianças, placas com frases como "eu quero viver na Europa" e "a Ucrânia também faz parte da Europa".

     Nas palavras do então primeiro ministro ucraniano, a decisão foi "tática", e motivada apenas por questões econômicas.

     Os protestos seguiram, com a oposição juntando-se a eles.

    Em dezembro de 2013, Yanukovich assinou acordo com Vladimir Putin, presdiente russo, este pagando 15 bilhões de Dólares da dívida ucraniana e reduzindo em até um terço o preço do gás.
     
    Dos dias 16 a 23 de janeiro de 2014, o parlamento ucraniano declarou lei anti-protestos, e, logo após esta, as mortes nos protestos começaram. Estes se espalharam para o oeste do país, em ataques a sedes regionais do governo.

     Nos dias 28 e 29 de janeiro, o primeiro ministro da Ucrânia,Mykola Azarov, renunciou. O parlamento anulou a lei anti-protestos e ofereceu anistia aos presos caso os manifestantes saíssem dos prédios públicos, a oposição recusou.


     Nos dias 14 a 16 de fevereiro, todos manifestantes presos desde dezembro do ano anterior foram libertados, em resposta, os manifestantes se retiraram do prédio da prefeitura de Kiev.Com a chegada do dia 18, os protestos voltaram, com razões ainda desconhecidas, à praça da Independência, na capital, deixando 18 mortos, entre eles, policiais e manifestantes. Entre os dias 18 e 20, a Ucrânia viu seus piores dias de violência em 70 anos, pelo menos 88 pessoas foram mortas nestas 48 horas.



                                                 Praça da Independência da Ucrânia, Kiev, antes e depois.

     Grande quantidade de eventos se sucedem no dia 22, começando pelo desaparecimento do presidente Yanukovich, seguido pela tomada de controle dos manifestantes sobre construções da administração presidencial, depois desta, o parlamento votou para tirar o presidente do poder, com eleições programadas para 25 de maio. Por consequência deste resultado, o presidente apareceu na TV denunciando o "golpe". Então, a arqui-rival, antiga primeira ministra, Yulia Tymoshenko, a qual havia sido presa por abuso de poder em acordos sobre o gás russo, é libertada do regime penitenciário. Dos dias 23 a 26, o parlamento nominou Olexander Turchynov o novo presidente também lançando um pedido de prisão a Yanukovich.
     No momento que a situação ucraniana aparentava se dirigir à reta final, uma nova crise explode, soldados armados pró-Rússia tomam bases militares estratégicas na península da Criméia.

Soldados armados em aeroporto ucraniano no dia 28


     No primeiro dia de março, o parlamento russo atendeu ao pedido do presidente Vladimir Putin, de usar força na Ucrânia depois que protestos pró-Rússia foram realizados em várias cidades ucranianas. No mesmo dia, Obama diz para Putin retirar as tropas para as bases. No segundo dia do mês, o primeiro ministro ucraniano disse que a Rússia oficialmente declarou guerra. Os Estados Unidos disseram que o gigante do leste europeu tinha controle sobre a Criméia.
   No dia seguinte, o embaixador russo das nações unidas disse que o ex-presidente ucraniano, Yanukovich, teria pedido a Putin que fizesse uso da força. Quebrando o silêncio no quarto dia do mês, o presidente russo disse que as tropas que ocupavam a Criméia não eram russas, mas sim, tropas de auto-defesa.
     Dois dias depois, no dia 6 de março, o parlamento da Criméia agendou um referendo para a união com a Rússia, já no dia seguinte, esta anunciou que os apoiaria se o referendo resultasse na separação da Ucrânia.
    No dia 11 do mesmo mês, as potências do ocidente ofereceram incentivos de troca de quase 500 milhões de euros, em resposta, o primeiro ministro ucraniano pediu a e que tomassem todas as medidas possíveis, até militares, para evitar que a "violência russa" continuasse.
      Com a chegada do dia 16 de março, ocorreu o referendo, este, com aproximadamente 97% dos votos a favor da união com a Rússia.
     Depois deste resultado, medidas foram tomadas por ambos os lados; a Ucrânia começou a fazer planos para retirar seus soldados e famílias da península e saiu da Comunidade dos Estados Independentes Liderada por Moscou (CIS). A UE e os EUA impuseram proibições de viagens e congelamento de bens de vários funcionários da Rússia e Ucrânia depois referendo da Crimeia.O presidente russo assinou um projeto de lei para absorver a península para a Federação Russa. Mais tarde, a Ucrânia afirmou que um oficial foi morto quando uma base militar foi invadida em Simferopol, Criméia, a primeira dessas mortes na região desde que as forças pró-Rússia tomaram conta no final de fevereiro. Em seguida, no dia 20, os líderes da União Européia se reuniram em Bruxelas para condenar as ações da Rússia e discutir sanções.

      Novas atualizações serão feitas e publicadas, conforme os fatos ocorrerem.

Fontes :
Suspensão das preparações para o acordo com UE- http://www.bbc.com/news/world-europe-25032275

segunda-feira, 17 de março de 2014

Três primaveras em Primavera Árabe

20:01 Posted by Unknown , , No comments
     Um jovem vendedor da Tunísia, após ter seus produtos confiscados pela polícia por se recusar a dar propina, atea fogo ao próprio corpo como protesto reivindicando melhores condições de vida em dezembro de 2010. O impacto desse ato no mundo árabe foi grande o suficiente para gerar as revoltas da Primavera Árabe, que tem apoio dos jovens e das redes sociais. A auto-imolação fez com que 10 dias depois o presidente da Tunísia, Ben Ali, no poder desde 1987, fugisse para a Arábia Saudita. Vários países do Oriente Médio e do norte africano se juntaram ao movimento causando quedas de ditadores há muito no poder.
                           
      As motivações desses protestos vieram das más condições de vida, do desemprego, da injustiça social e política, da falta de liberdade e da falta de infraestrutura em lugares onde todo o beneficio de economias em crescimento fica nas mãos de poucos e corruptos. Os regimes nacionalistas árabes nascidos nas décadas de 1950 e 1970 foram se convertendo em governos repressores que impediam a oposição política. Durante a Guerra Fria essas revoluções não poderiam acontecer pois os países árabes submetiam seus interesses nacionais aos do capitalismo estadunidense ou do comunismo russo. Vinte anos após o fim da Guerra Fria, com o mundo globalizado e as redes sociais servindo de vazão para ideias para a melhora da sociedade e da política, a Primavera Árabe tem seu início.