A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real idealizada pelo artista. Logo a literatura retrata o cotidiano, os problemas costumeiros, conflitos amorosos (adolescentes ou não), criando a literatura considerada pop. Porém o conceito de literatura pop nem sempre foi bem aceito. Somente a partir dos anos 90 essa passou a ser aceita, principalmente nos EUA e no Reino Unido, quando deixaram o clássico de lado, mesmo que tenha já suas primeiras obras nos anos 80.
O clássico foi considerado a forma única de literatura por muito tempo e marginalizam a forma popular de expressão, marginalizava-se a obra que tratava da realidade do próprio indivíduo. Um novo pensamento foi inserido no meio literário quando autores como Bret Easton Elis, Douglas Coupland, Irvine Welsh, Nick Hornby tiveram suas obras literárias feitas best-sellers. Tratavam de assuntos juvenis, acessíveis a um amplo público.
Apesar de a literatura ter se renovado há quem continue a pensar que o clássico é a literatura verdadeira, e a menosprezar a literatura popular. O mesmo indivíduo que tem estas atitudes talvez não tenha parado para pensar que quando o clássico tão cultuado por ele foi publicado, provavelmente foi menosprezado da mesma forma que o equivocado menospreza o pop atual, afinal, mesmo os clássicos foram considerados populares e fúteis em suas épocas. Esta poderia ser a explicação do por que Machado de Assis fez sucesso somente após sua morte. Assim como o pop atual demorou a ser considerado literatura, com a escrita de Machado poderia muito bem ter ocorrido o mesmo.
"Não há espaço para literatura no Brasil, para começar, é muito restrito. Então costumo dizer que ou você é um escritor sério ou você é um escritor ruim, ou seja, ou você é o acadêmico jabutado ou é o comercial descartável." disse Santiago Nazarian em entrevista para o site Vírgula. No Brasil quando se pensa em autor nacional lembra-se de imediato os autores clássicos, desconsiderando autores brasileiros populares atuais realmente bons, produzindo obras literárias, mesmo que lúdicas, de forma magnífica.
Devemos compreender que o clássico é bom, mas também que o pop pode ter as mesmas qualidades e ser tão bom quanto o clássico. Se compararmos alguns livros clássicos com livros pop podemos perceber falhas em ambos, e, por vezes, o livro popular se apresenta com melhor estrutura, enredo, desenvolvimento de personagens se comparado com o clássico. A literatura pop é uma arte sim, quem diz que não é porque ainda não admirou esta arte.
Fontes: Digestivo Cultural - Estadão - Screamyell - Vírgula .
0 comentários:
Postar um comentário