“Era
uma vez...” “Em um reino distante viveu uma garota...” “Então, o belo príncipe
chegou com seu cavalo branco e salvou a doce garota inocente...” “E viveram
felizes para sempre”. Típicas frases que construíram parte da infância de
muita gente. Porém, mais tarde, isso virou “histórias repetitivas e maçantes”.
Mesmas frases, mesmos princípios, mesmos
finais, chega em um ponto que parece ser estranho. Porque será que algumas
histórias ou até mesmo filmes adotam um pouco de clichê? Ao passar dos anos,
ficou desgastante, previsível e chato! O enredo passa a seguir um padrão, que
ao ler (ou assistir) consegue-se muito bem adivinhar qual a próxima cena e na
maioria dos casos, a adivinhação está certa.
Após notar algumas partes clichês, torna-se
cansativo, nada empolgante, não existe aquele impulso que te faz ter uma
motivação a ler, até porque, é possível pensar em um final para a trama antes
mesmo de chegar na metade. Aliás, o que torna a leitura impressionante, são os
fatos que nos pegam desprevenidos e não aqueles que seguem uma regra que constitui
uma mesma ação.
Foi o que me aconteceu dias atrás. Pego o
livro, o aprecio em minhas mãos, abro ele e dou de cara com uma cena clichê. A
pergunta que me fiz até a última página do livro foi “Onde terei ânimo para ler
agora?”. Fiquei imaginando as cenas que viriam depois da leitura de certo
fragmento, virava a página e o que esteve em minha mente passou-se para o livro.
Certamente, em 301 páginas eu me senti uma vidente.
Durante 21 capítulos enrola-se o romance,
para no final: a mocinha ficar com o galã, a vilã nunca mais ser vista e todos “viveram
felizes para sempre”. De todas as cenas que continham naqueles parágrafos,
lembro-me somente de uma que me fez ficar chocada. Desabafo que foi um desgosto
ler aquelas situações clichês.
Em contra partida, veio-me à tona o livro “Julieta
Imortal”. Em seguida do fracasso do antigo livro, apostei todas as minhas
expectativas nessa recente narrativa. Ao me deparar com um novo mundo nas
palmas de minha mão, fico surpresa: mágicas palavras, incríveis falas,
maravilhosos detalhes e revelações em apenas algumas páginas. Estive escassa de
estranhezas por um tempo, todavia Julieta Imortal me devolveu a boa sensação de
ler aventuras.
Stacey Jay, autora desse livro, conseguiu
destruir a maior história de amor de todos os tempos: Romeu e Julieta. Ela descreve
outra versão desse casal, uma versão mais assombrosa e fria que não contém
clichês amorosos. Apaixonei-me por cada palavra escrita naquelas linhas que
arrepiam qualquer um. E eu estou somente no décimo capítulo.
“Se a gente pensar que já
viveu tudo o que tinha pra viver, que não há mais surpresas nem vertigens pela
frente, que graça terá acordar amanhã de manhã?”
Martha Medeiros
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