Em um mundo globalizado, raras são as culturas locais que se mantém por completo. Para sobreviver, a cultura tem de ser fortemente enraizada no povo ou, nos casos de grandes potências, possuir influência sobre outros locais e culturas, sendo esse último chamado também de neocolonialismo. Neste intervalo foquemos em um que não tem cultura forte e é influenciado pelas partes mais poderosas do globo: o Brasil.
O brasileiro pouco valoriza o próprio país. É comum jovens dizendo que gostariam de ter nascido em outro país, que querem morar fora, que rejeitam a a própria pátria. Esse pensamento foi construído por nós mesmos, brasileiros, que vemos apenas incapacidades no povo e no Estado, não enxergando toda a possibilidade de mudança que há. Esses fatores abalam as estruturas de uma nação em âmbito cultural, abrem portas para que outras culturas entrem na região e dominem a cultura local.
Com a entrada de outras culturas nos destituímos das nossas, criando laços com a nova. Um exemplo simples disso é o estrangeirismo. Não quanto a palavras já adaptadas ao português e usadas com este, mas aquelas que sabemos que está em outra língua mas não temos nenhum tipo de remorso ao usá-las, mesmo havendo adaptação ao português. Exemplos de estrangeirismos são: short (bermuda), shopping (centro de compras), pink (rosa), layout (leiaute), skate (esqueite), shampoo (xampu). Um elemento que destaco é a sigla AIDS - Acquired Immunodeficiency Synbrome. Sim, é um estrangeirismo, mas o caso é: há uma sigla para o português, SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, não usada no Brasil. Os portugueses, que falam SIDA, têm mais força cultural e mais apoio da população, que não tem olhos só para erros sociais. A questão é, por que nós, como também lusófonos, não podemos usar a mesma sigla? Somos tão falantes de português como os portugueses, por que não adotar SIDA ao nosso cotidiano?
O Brasil, infelizmente, tem em seu povo incutida a ideia de pátria colonizada e neocolonizada, influenciada, inferior. Deve partir do próprio brasileiro a atitude de descolonizar o Brasil, torná-lo independente e capaz culturalmente, fundamentalmente, para que o Brasil possa efetivamente crescer, chegar ao máximo de seu potencial e exercer sua soberania. Devemos sanar a carência de credibilidade em nós mesmos a partir de nossos próprios atos, grandes ou pequenos. Tudo depende de um ator simples e fundamental: Nós.


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