Observa-se em uma
passagem da obra “A República” escrita
por Platão, a alegoria (mito) da Caverna
de Platão onde contém a história de Sócrates ,seu mestre, implícito nos
trechos.
Resumidamente,
conta-se sobre a vida de prisioneiros que nasceram e viveram ali, acorrentados
dentro de uma caverna escura, aonde só se tinha uma fogueira que provocava
sombras de objetos e de pessoas que projetavam-se na parede (a qual os
prisioneiros ficavam olhando o tempo inteiro). Imaginemos que um prisioneiro saísse das
correntes e tivesse a oportunidade de explorar o mundo exterior e percebe-se
que mesmo a luz do sol o cegando por um instante, o “mundo da luz” é o melhor
lugar para viver. Ele voltaria para a caverna e dividiria os conhecimentos
adquiridos no mundo de fora com seus colegas, os companheiros chamariam de louco e ameaçariam de morte caso não parasse
de falar ideias absurdas, pois essas, são pensamentos fora da realidade dos
prisioneiros.
Para a época, essa
alegoria foi uma visão parecida com qual viveu Sócrates, e Platão se encontrava
na mesma situação: Ir ou não para a luz? Nesse mito, o pensador também
quis demonstrar que vivemos (tanto
naquela época quanto nestes dias) em um mundo projetado por sombras. A sociedade
não aceitou que Sócrates questionasse a vida, encontrasse outros saberes,
outros pensamentos, porque as pessoas queriam viver dentro das próprias “sombras”,
dentro somente de suas opiniões.
Trazer esse mito
para o mundo de hoje, não se foge muito da ideia que foi descrita há tempos
atrás. A sociedade destes dias é uma réplica dos prisioneiros; as nossas
opiniões, pensamentos, ideias que temos sobre o mundo são somente sombras que a
mídia constrói e reproduz para manipular-nos.
O mundo é a
caverna, os prisioneiros somos nós, as sombras é o que acreditamos e a luz...
ninguém sabe o que é, pois não se conseguiu ainda alcançar a verdadeira
realidade, a verdadeira sabedoria, logo vivemos em um mundo controlado pelo
dinheiro. Por exemplo, quando recusamos a aceitar outras culturas diferentes da
nossa, isso são as correntes agindo sobre nós. Mal conseguimos enxergar o que
pode estar tão óbvio, temos um conhecimento básico de tudo; quando vamos avançar para outro patamar?
Quando iremos perceber que para ter uma ideia precisamos sair desse mundo tão
fechado?
O primeiro passo é
reconhecer que estamos acorrentados na caverna escura, e para aqueles (poucos)
que querem explorar o mundo exterior, será um tanto difícil, enquanto a mídia
estiver “sugando” nossas críticas, nossas visões, opiniões. E aquilo que está por
trás dessa manipulação não quer nem um pouco que qualquer indivíduo busque
saber outras realidades, isso já está uma regra: nascemos, vivemos e morreremos
sob as sombras da fogueira.
Entretanto, há uma
pergunta que perturbará muitos: como
queremos alcançar o mundo da luz, se o conforto está em nosso próprio egoísmo?
Quem define o que é luz e o que são trevas? Como diagnosticar que estamos sendo manipulados? Porque voltar e esclarecer as pessoas que ficaram na caverna que há uma outra forma de vida? Existe só uma definição de luz?
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